Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo
Ninguém sério leva a sério a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro sobre o suposto golpe armado sem armas. O ex-presidente capturou o tom com que qualquer pessoa normal e atenta encara o julgamento todo: “Tramei com o Pateta e com o Mickey Mouse, só pode ser”. Um golpista que transfere o comando das Forças Armadas para o presidente eleito e se manda para o exterior? Tudo é uma piada de mau gosto.
Mas já sabemos que não estamos no campo do Direito faz algum tempo, e que o “julgamento” é político. Para começo de conversa porque ministros supremos que não se sentem suspeitos e impedidos de participar do julgamento demonizavam Bolsonaro até ontem, e um deles chegou a se vangloriar de ter participado ativamente de sua disputa eleitoral: “Nós derrotamos o bolsonarismo”.
Não obstante todo esse viés escandaloso que torna nulo qualquer julgamento, há o atropelo do devido processo legal. O advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, comentou sobre parte dos abusos: “A despeito das diversas impropriedades processuais, que nulificam e ferem de morte a acusação — como a (in)competência da Corte e da Turma, as máculas no acordo de colaboração premiada do Coronel Mauro Cid e, ainda, a necessidade de ampliar-se o conceito do juiz de garantias aos processo em trâmite no STF —, é bem de se ver que o cerceamento a que a defesa vinha e continua a ser submetida representa, por sem dúvida, a chaga mais profunda a inquinar uma das ações mais emblemáticas de nossa história jurídica. A defesa ressente-se e padece da falta de acesso à integralidade dos elementos colhidos na investigação, sendo-lhe disponibilizada só e somente aqueles previamente selecionados pelas autoridades de persecução penal”.
O deputado Eduardo Bolsonaro resumiu bem a situação: “não abriram completamente tudo o que foi investigado para que a defesa pudesse realmente fazer... A DEFESA”. Que tipo de processo é este? O advogado do ex-presidente concluiu: “A amplitude de defesa é uma conquista do direito penal moderno e representa um dos pavimentos mais profundos da democracia. Comprometê-la é, antes de tudo, comprometer a credibilidade do próprio processo. Disse e redisse ao longo da fase de inquérito que estava lidando com uma investigação semissecreta. Hoje lidamos com uma ação penal semissecreta”.
Para mostrar outro aspecto absurdo de uma “justiça” surreal, vários réus têm indicado juízes como testemunhas, para demonstrar o quanto estão envolvidos pessoalmente nos casos em julgamento. Todo o sistema Judiciário virou de cabeça para baixo no Brasil. Não há mais corrupto preso, enquanto catador de lixo autista ficou meses atrás das grades e com tornozeleira eletrônica depois por “golpe de estado”.
Enquanto isso, o mitomaníaco Andre Janones faz acordo confessando sua “rachadinha”, aquilo que ele dizia ser coisa de bandido, e o petista seguirá impune. Virou palhaçada total. Destruíram toda a Justiça para pegar Bolsonaro, e agora não há como colocar o gênio do mal de volta na garrafa...
Dom Corleone acordou irritado. Lera no jornal que aquele mesmo jornalista o criticava novamente. O sujeito tinha até criado um apelido depreciativo para Corleone! O capo chamou em seu gabinete um dos capangas e ordenou: “Pega logo esse jornalista!”
Sem saber como fazê-lo, o capanga conversou com seu comparsa: “Quando o chefe cisma... e agora? Não encontrei absolutamente nada contra o jornalista”. Seu colega, que conhecia bem os métodos do chefe, principalmente quando cismado, disse: “Ora, use a criatividade! E capricha no trabalho, para montar uma narrativa comprometedora desse jornalista”.
Mas não adiantou. O jornalista tinha coragem e “costas quentes”. Ele conseguiu asilo num país sério, e se Corleone mandasse seus jagunços para pegá-lo na marra, poderia gerar um incidente diplomático internacional e afetar seus negócios.
Não que Corleone ligasse tanto para isso. Certa vez, ele peitou até o rei da Espanha! E sobre o presidente americano, ele disse, com ...
Morreu neste domingo o escritor peruano Mario Vargas Llosa, merecido Prêmio Nobel de Literatura. Li no total quatorze livros dele, entre ficção e ensaios políticos, e mais um de seu filho Alvaro. Ambos defenderam a visão liberal clássica num continente tomado pelo esquerdismo radical. Mario foi duro crítico da turma de Fidel Castro e seus discípulos, como Lula no Brasil. Vargas Llosa chegou a dizer que Lula era “fonte de corrupção”, afirmou que jamais votaria no petista e que preferia Bolsonaro. Para a elite socialista, um pecado capital.
Em meu livro “Liberal com Orgulho”, cheguei a escolher um trecho de Vargas Llosa como epígrafe, pois captura bem a postura humilde liberal: “Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos”. Vargas Llosa foi, acima de tudo, contra o coletivismo utópico e ...